Vários produtos lácteos modificados para burlar a pobreza

Você reparou que apareceu um novo Leite Moça no mercado?

A embalagem é marrom e traz mudança nos ingredientes.

O que está por trás dessas mudanças? Como essa alteração pode afetar o bolso, a saúde e a culinária?

E como ter certeza de que você não está comprando gato por lebre?

Vamos direto à primeira questão: quais produtos lácteos foram alterados?

A lista é bem grande. No lugar do leite e do iogurte, apareceram as bebidas lácteas.

Em vez de leite condensado, é possível encontrar agora a mistura láctea condensada de leite, soro de leite e amido. Já o creme de leite virou mistura de leite, soro de leite, creme de leite e gordura vegetal.

A lista continua:

Queijo ralado por mistura alimentícia de queijo ralado, leite em pó por pó para preparo de bebida sabor leite, requeijão cremoso por mistura de requeijão e amido ou mistura láctea sabor requeijão, manteiga por alimento à base de manteiga e creme vegetal e até o doce leite virou, em alguns casos, doce de soro de leite sabor doce de leite.

Ah, importante: muitos desses produtos já existiam no mercado

A questão apontada pelos especialistas é que eles se tornaram mais comuns nos últimos meses e ganharam mais espaço nas prateleiras, competindo ou até substituindo os produtos tradicionais.

Mas aí vem a segunda pergunta: o que está por trás dessa mudança?

A pesquisadora Kennya Beatriz Siqueira, da Embrapa Gado de Leite, explicou que as movimentações recentes da indústria dos produtos lácteos têm a ver com a crise financeira, a inflação e a escassez de matéria-prima no mercado.

O custo de produção do leite aumentou 62% nos últimos dois anos.

O preço da ração que alimenta as vacas, da energia elétrica que mantém o funcionamento dos currais e do próprio combustível que transporta o leite subiram consideravelmente.

Segundo Kennya, isso fez com que parte dos produtores se desfizesse do rebanho.

Para completar, os meses de maio, junho e julho são o período de entressafra no Brasil, já que o clima frio e o tempo seco prejudicam os pastos, o que faz as vacas não produzirem tanto leite assim.

Isso tudo, aliás, ajuda a entender por que esse alimento se tornou um dos vilões da inflação neste ano.

O leite longa vida acumula uma alta de 57% no IPCA em 2022. Outros lácteos também subiram. Só em julho/2022, houve um aumento de 19% no leite condensado, 17% na manteiga, 16% no queijo e 14% no requeijão.

Nesse cenário, a indústria resolveu apostar em novas formulações que substituem parte do leite.

Uma porção, então, foi trocada pelo soro do leite, um composto que “sobra” e antigamente era descartado durante a fabricação de queijos.

Para ter uma noção, a produção de um quilo de queijo gera cerca de oito litros de soro, em média.

E vale destacar que esse soro, apesar de trazer menos nutrientes, não faz mal à saúde. O nutricionista Rafael Claro, da Federal de Minas Gerais, explicou que o soro tem uma base sólida muito menor do que o leite essencialmente, ele é água, com um teor menor de proteínas e carboidratos.

E isso mudaria a composição do produto final para algo pior do ponto de vista nutricional.

Mas tem mais: para garantir que o produto “alternativo” fique mais parecido com o original, as empresas acrescentam em leites condensados, requeijões e bebidas lácteas no geral alguns ingredientes complementares, que dão consistência e sabor, como amido, gordura vegetal e açúcar.

Em alguns casos, as empresas acrescentam ainda outros compostos químicos, como emulsificantes, adoçantes e aromatizantes.

Terceira questão: isso representa ao bolso, ao preparo de alimentos e à saúde?

Da parte financeira, consumidores e especialistas dizem que a diferença de preços entre os produtos tradicionais e os modificados nem é tão grande assim. Muitas vezes, é de apenas alguns centavos.

Do ponto de vista culinário, esses produtos podem interferir no resultado final de uma receita.

A nutricionista Carolina Grehs, que criou o aplicativo Desrotulando, conta que algumas misturas lácteas geram problemas em receitas que dependem da gordura para sua estrutura. O brigadeiro, por exemplo, pode não chegar ao ponto ideal, quando ele começa a se desgrudar do fundo da panela, enquanto o pudim não ganharia aquela consistência típica.

Mas e do ponto de vista da saúde?

A nutricionista Laís Amaral, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, avalia que o produto vai ter menos proteínas e vitaminas, o que representa um prejuízo na alimentação.

Alguns produtos também podem ter acréscimo de açúcar. Isso num cenário em que a obesidade só aumenta no Brasil. É bom prestar atenção ainda em compostos que terminam com “ante” neles, como os corantes,

os emulsificantes, os adoçantes…

A Laís Amaral disse também que esses ingredientes barateiam a produção, fazem o alimento ser minimamente comestível e mudam a parte sensorial do produto.

Mas com isso, muitos desses itens se transformam em alimentos ultraprocessados.

Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, o consumo de alimentos ultraprocessados, que trazem muitos desses  ingredientes de nome complicado e não são encontrados facilmente na despensa ou na geladeira de nossas casas, deve ser evitado sempre que possível.

Ah, que fique claro: a venda desses lácteos modificados está regulamentada e é liberada por órgãos como a Anvisa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O grande problema, para especialistas, é que vários têm uma embalagem muito similar à original, trazem no rótulo elementos que remetem ao leite — como vacas, pastos, tonéis e líquidos brancos — e são colocados nas mesmas prateleiras que os produtos tradicionais e isso, claro, pode confundir o consumidor

Em contato com as entidades que representam os setores de leite e de laticínios no Brasil, mas não recebemos nenhuma resposta.

Já a Nestlé, responsável pelo Leite Moça, enviou uma nota dizendo que a versão atualizada do leite condensado é “um novo produto da linha Moça que possui os mesmos ingredientes do Moça Tradicional, porém, em quantidades diferentes, com adição de soro de leite e amido” wles também disseram que “Trata-se de um produto de alta qualidade, sem gordura vegetal,

estabilizantes ou espessantes, e é uma opção no portfólio da marca para consumidores que buscam soluções com menor desembolso, sem abrir mão do resultado e da qualidade Nestlé”.

A última pergunta: como não comprar gato por lebre?

O nutricionista Rafael Claro entende que a solução óbvia é evitar o consumo desses alimentos ultraprocessados e preferir sempre produtos frescos, se possível, mas ele entende que essa é uma discussão que ultrapassa os limites da nutrição e envolve assistência social e políticas públicas — ainda mais num cenário de crise econômica e inflação em alta.

Do ponto de vista prático, a nutricionista Carolina Grehs orienta que os consumidores fiquem atentos ao nome técnico de cada produto, que aparece em letras menores na parte frontal do rótulo — é ali que você vai saber se está diante de um creme de leite ou de uma mistura de creme de leite, por exemplo.

Ela acrescenta que mesmo dentro das misturas lácteas é possível procurar opções melhores e mais saudáveis. Algumas só trazem soro de leite e amido, enquanto outras têm o acréscimo de açúcar e de aditivos químicos.

A dica é ler a lista de ingredientes. Se itens como “xarope de glicose”, “açúcar” ou “gordura vegetal” aparecem logo de cara, é bom ligar o sinal de alerta

Além disso, se a palavra ‘sabor’ está no rótulo, isso significa que há a adição

de aromatizantes para reforçar o paladar, como é o caso de opções como o ‘pó para preparo de bebida sabor leite’ ou a ‘bebida láctea sabor morango’.

Pra acabar, caso você se sinta lesado e enganado, é possível acionar órgãos de fiscalização, como o Procon, o site consumidor.gov.br ou o Observatório de Publicidade dos Alimentos.

Por que moeda comum entre Brasil e Argentina não enterraria real

Esses termos ganharam os holofotes por causa dos planos de uma moeda comum para Brasil e Argentina anunciados pelo presidente Lula

O que nós estamos tentando trabalhar agora é que os nossos ministros da Fazenda, cada um com sua equipe econômica, possam nos fazer uma proposta,  de comércio exterior e de transação entre os dois  

países, que seja feito numa moeda comum a ser construída com muito debate e muitas reuniões.

Eu sou Nathalia Passarinho da BBC News Brasil e neste vídeo explico o que está em discussão.

Essa proposta de moeda comum envolve a criação de uma moeda para ser usada, primeiramente, apenas no comércio entre Brasil e Argentina

Depois, poderia ser expandida para uso em outros países da América do Sul, se houver esse interesse.

Aqui a diferença crucial: ela não se tornaria uma moeda única, como  é o caso do euro, adotada em 20 países da Europa, ou seja, não substituiria o real, moeda do Brasil, nem o peso, a moeda da Argentina.

No dia a dia, não iria para a carteira ou nossas contas bancárias pessoais

Se é assim, para que serviria então uma moeda comum?

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a intenção é facilitar a compra e venda de produtos entre os dois países, sem a necessidade de recorrer ao dólar – que é a moeda padrão das transações comerciais internacionais Por causa dessa padronização, vigente desde 1944,  muitos Bancos Centrais do mundo inteiro mantêm  parte da riqueza de seus governos em dólar.

O Banco Central do Brasil tem hoje uma reserva de 326 bilhões de dólares,  

muitíssimo maior que a da Argentina, que é de mais ou menos 38 bilhões de dólares, parecem valores estratosféricos, mas  eles servem como uma espécie de seguro  para garantir o pagamento das dívidas  e transações internacionais dos países

Dito isso, existem experiências de comércio internacional sem o dólar.

A China, por exemplo, faz tratados bilaterais para comercializar na sua moeda, o iuan, com isso, ganhou espaço, por exemplo, no comércio com a Rússia, que foi forçada a diminuir suas transações em dólar por causa das sanções econômicas relacionadas à guerra da Ucrânia.

Mas, de modo geral, quando os países têm poucas reservas em dólar,

como é o caso da Argentina, fica mais difícil participar do comércio internacional.

Um dos problemas é que o peso é uma moeda de baixa aceitação no mercado global, ou seja, é muito difícil trocar ele por dólar para então fazer comércio

A moeda comum faria esse papel e funcionaria, na prática, mais como uma moeda virtual, do que a moeda que a gente usa no dia a dia.

Ao simplificar e aumentar o comércio bilateral, os governos de Brasil e Argentina argumentam que conseguiriam abocanhar parte de um mercado que foi  perdido, principalmente, para produtos chineses.

Vale lembrar que a Argentina é o terceiro maior  

parceiro comercial do Brasil, atrás de Estados Unidos e China.

E um grande importador dos nossos produtos industrializados, principalmente do setor automotivo.

O comércio entre os nossos dois países caiu cerca de 40%, e não foi por razões competitivas.

Não foi pelo fato de que os argentinos deixaram de pretender comprar produtos brasileiros, ou brasileiros deixaram de pretender comprar produtos argentinos.

O comércio caiu por uma situação que não foi enfrentada, que é estabelecer 

um tipo de parceria dada a conjuntura que permita à Argentina voltar a comprar, ao Brasil voltar a comprar, e restabelecer, se  não o patamar recorde do nosso comércio exterior, pelo menos recuperar uma parte desse tempo  e recursos ao longo dos últimos dez anos essa ideia já tinha sido defendida por  Haddad e pelo economista Gabriel Galípolo, hoje número 2 do ministério da Fazenda, em um  artigo para o jornal Folha de S.Paulo em 2022 eles propunham criar um Banco Central  sul-americano responsável por emitir  a moeda comum – que, segundo eles, fortaleceria a soberania monetária  dos países da América do Sul, já que tiraria o dólar da jogada.

Como a proposta é muito embrionária,  tem muita pergunta ainda sem resposta:  

por exemplo, quem emitiria tal moeda, como  seria estabelecida a sua cotação, ou como fariam na prática os empresários brasileiros  que exportam ou importam da Argentina.

Imagina-se que, no caso de a balança comercial do Brasil com a Argentina  

ficar deficitária – ou seja, os nossos vizinhos comprarem de nós mais do que  

venderem -, o déficit deixaria de ser em  dólares, e passaria a ser na moeda comum.

Defensores da proposta acham que o Brasil tem a chance de aumentar suas exportações para a Argentina, mas os críticos do projeto até agora dizem que  ele tende a favorecer menos o Brasil, e mais a Argentina – que é quem tem reservas baixas de dólares e dificuldades de captar essa moeda.

Além disso, a Argentina já tem uma economia bastante dolarizada, ou seja, o dólar é usado para várias transações internas, ao contrário do Brasil.

Sair dessa dependência provavelmente daria bastante trabalho. Críticos dizem também que ainda não está  claro quais vão ser os benefícios para  o Brasil de apostar mais no comércio com um país em situação de crise como a Argentina,  nem de onde sairia o lastro da nova moeda.

Simplificando, de onde virá a garantia de que a moeda será confiável para fazer as transações o governo brasileiro diz que haverá mecanismos que sirvam para garantir que as transações com os argentinos não sofrerão nenhum tipo de calote.

Como a diminuição da população da China afeta o mundo

A população da China começou a encolher!

Houve 10,4 milhões de mortes no país em 2022,  

contra 9 milhões e meio de nascimentos.  É a primeira vez que isso acontece  

desde os anos 60.

Vamos explicar em três pontos  o que isso significa para o mundo.

Primeiro, que a China provavelmente está entrando  em uma nova fase de declínio populacional que fará com que a Índia se torne a nação mais  populosa do mundo em meados de abril e,  em 2100, pode ter pouco mais da etade  dos 1,4 bilhão de habitantes que tem hoje.

E 2100 é um ano simbólico, que deve  marcar o momento em que a população  

global como um todo vai chegar ao ponto  mais alto e daí começar a cair. Mas não sem antes passar dos 8 bilhões atuais para  10,4 bilhões de pessoas nesse futuro que, se você nasceu depois de 2000, talvez ainda veja. Segundo ponto:

Como assim isso agora é motivo para preocupação – se o excesso de gente no  mundo é sempre retratado como um problema?

A rapidez com que essa mudança ocorre, sem que a maior parte da população chinesa tenha conseguido enriquecer antes  de envelhecer, ameaça o equilíbrio 

que a sociedade precisa entre uma população em idade produtiva e uma população cada vez mais idosa, que precisa de recursos para  saúde e também para aposentadorias.

A taxa de natalidade da China é estimada  hoje em 1,18 filho por mulher, já abaixo dos 2,1 filhos por mulher necessários para  manter a população em tamanho estável.

Por enquanto, a agência de estatísticas chinesa  diz que não há motivos para preocupação, argumentando que a oferta de mão de obra  no país ainda é maior do que a demanda.

Mas alguns economistas alertam que, para manter  seu crescimento econômico daqui em diante, a China dependerá de aumentar cada  vez mais a produtividade. O que nos leva ao terceiro ponto: o impacto econômico.

A queda da população afeta o mundo inteiro  porque a China é uma potência econômica global, e qualquer desequilíbrio ou recuo econômico  reverbera em muitos outros países.

Um exemplo prático é que, se a força de trabalho começar a declinar,  a China terá dificuldade em  continuar fabricando produtos baratos para exportação – o que tende  a afetar taxas de inflação mundo afora.

Bom, vale lembrar que o que os chineses estão vivendo não é exatamente novidade.  

Países europeus já estão enfrentando declínios populacionais e normalmente atrair imigrantes é uma maneira de compensar isso. A agência migratória da ONU estima que haja 10 milhões de chineses morando no exterior, contra 1 milhão de imigrantes de outros países registrados na China.

Outra forma de aumentar a natalidade é oferecer incentivos para que casais tenham mais filhos. Mas os efeitos disso costumam ser limitados. Alguns economistas defendem que esses incentivos dependem  

de questões sociais mais profundas, como o desequilíbrio de gênero e o excesso de tarefas que recaem sobre as mulheres – diminuindo a disposição delas em ter mais filhos. Fora que os custos de moradia e educação têm subido na China, o que também desestimula famílias a ficarem maiores.

Os chineses ainda precisam lidar com um problema adicional: a disparidade   no número entre homens e mulheres, algo que  dificulta a formação de famílias em áreas rurais. Esse é mais um desdobramento  da chamada política do filho único, que vigorou na China entre 1980 e 2015, punindo  casais que tivessem mais de um filho. Ela teve impactos sociais importantes – inclusive nessa  queda demográfica que começamos a v

O que mais consome energia em casa e como economizar

Em países quentes como o Brasil, a chegada do verão costuma trazer contas mais caras, principalmente porque aumenta o uso de aparelhos como o ar-condicionado.

No Hemisfério Norte, o problema é outro: o inverno está chegando, e é preciso aquecer as casas.

Vamos trazer dicas de como economizar energia em casa e reduzir o peso no bolso.

Vou começar pelos dois principais “gastões” de” energia no Brasil – ar-condicionado e chuveiro elétrico, nessa ordem.

Mas fica comigo até o fim porque tem dicas também para outros eletrodomésticos.

O consumo mensal de energia de um aparelho de ar-condicionado pode variar de 129 a 679 quilowatts-hora.

Essa diferença grande acontece porque existem muitos tipos diferentes de ar-condicionado no mercado, segundo a Enetec, consultoria de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília.

A Enetec calcula que um dos modelos mais comuns nas casas, o tipo split de 12 mil BTUs de potência, ligado 8 horas por dia, 30 dias no mês, representa um consumo mensal médio de 194 quilowatts-hora.

Isso é mais de duas vezes o consumo médio de um chuveiro elétrico ligado 30 minutos por dia.

Olha só que as próprias fabricantes de ar-condicionado recomendam para reduzir esse gasto.

Um ponto importante é regular a temperatura para 23 graus, considerada confortável para o nosso corpo e que não exige demais do aparelho.

Isso porque se alguém chega em casa morrendo de calor e já de cara coloca o ar-condicionado numa temperatura gelada, tipo 17 graus, força o aparelho a trabalhar muito para compensar a diferença entre as temperaturas interna e externa.

Também força ele a voltar a ligar toda vez que seus sensores perceberem que o ambiente está mais quente do que os tais 17 graus.

O resultado, é claro, são mais picos no consumo e uma conta de energia mais cara.

Vale também fechar portas, janelas e cortinas, para manter o ar resfriado e evitar que o sol atrapalhe o processo.

O recomendável é instalar o ar-condicionado em uma parte alta do ambiente.

Isso ajuda o aparelho a resfriar o local de modo uniforme, sem consumir energia desnecessariamente.

Comprar aparelhos com potência ideal para o tamanho do espaço também evita gasto de energia e de dinheiro à toa.

E como saber a potência adequada?

As empresas recomendam medir quantos metros quadrados tem o ambiente a ser resfriado e calcular 600 BTUs por cada metro quadrado.

Se o ambiente receber muita incidência do sol, pode ser 800 BTUs por metro quadrado.

Pra cada pessoa que for usar aquele ambiente, acrescentamos mais 600 BTUs.

Dessa soma total sai a potência.

Mais dicas: usar a função sleep, que programa o ar-condicionado para desligar depois de um determinado tempo.

Isso evita que ele fique ligado gastando energia a noite inteira.

E se o ambiente tiver que ficar refrigerado o dia inteiro ou quase inteiro, talvez seja o caso de escolher um ar-condicionado tipo inverter.

Esse modelo tem um consumo mais baixo, por manter seu compressor ligado constantemente, sem permitir oscilação de temperatura.

Por fim, é bom manter os filtros do aparelho sempre limpos.

Isso reduz o consumo de energia, aumenta a vida útil, diminui ruídos e evita a proliferação de micro-organismos.

Para o chuveiro elétrico, tem dicas simples da distribuidora de energia Enel:

• Colocar o chuveiro no modo verão, que exige menos aquecimento de água

• Reduzir o tempo de banho

• Fechar o chuveiro durante atividades mais

demoradas, como fazer a barba, depilação nas pernas ou hidratação nos cabelos.

• Nunca reutilizar uma resistência queimada.

Além de aumentar o consumo, isso coloca em risco sua segurança

• Manter as saídas de água do chuveiro limpas, o que deixa ele mais eficiente.

Já falei dos aparelhos que mais gastam, mas dá para economizar energia também com outros eletrodomésticos.

Primeiro já na hora da compra, escolhendo aparelhos com alto nível de eficiência energética.

No Brasil, a recomendação é dar preferência aos eletrodomésticos classificados como classe A pelo selo Procel do Inmetro.

Os eletrodomésticos com esse selo consomem menos energia.

Isso é importante principalmente pra geladeira e freezer, que ficam ligados o dia inteiro.

Pra economizarem ainda mais com eles, mais cinco dicas:

– Evitar o acúmulo de gelo, – Manter a parte traseira ventilada e sem

poeira, deixando um espaço entre a geladeira e a parede para que o ar possa circular.

– Instalar a geladeira longe de fontes de calor, como o forno ou a luz direta constante do sol; – Guardar os alimentos com espaço suficiente

entre eles para que o ar circule, facilitando o resfriamento.

– Por fim, algo que pode parecer bobo, mas não é: abrir a geladeira o mínimo possível para evitar a perda de frio para o ambiente.

Na máquina de lavar, a recomendação é optar sempre que possível pelos ciclos de lavagem mais curtos ou pelo modo econômico, que diminui o consumo de energia e água.

Acumular peças usadas no cesto de roupa, deixar as peças mais sujas de molho no balde ou tanque antes da lavagem e usar a quantidade de sabão e amaciante recomendada pelos fabricantes também ajuda.

A secadora de roupas, que consome muita energia, deve ser evitada sempre que possível.

Para quem tem máquina de lavar louça: aqui, o que dá para fazer é tentar aproveitar ao máximo cada espaço com louça suja, pra diminuir a quantidade de vezes em que a máquina é usada.

Tem forno elétrico ou fogão de indução?

Uma dica é desligar os aparelhos um pouco antes do tempo necessário pro cozimento e deixar a comida por mais um tempo lá.

O calor residual vai terminar de cozinhar ou assar o prato.

Exemplo: se um alimento precisa de uma hora no forno e desligamos dez minutos antes, são 15% de energia economizados.

Agora, a iluminação.

As lâmpadas tradicionais consomem mais, por isso precisam ser substituídas por outras mais eficientes.

Lâmpadas halógenas, fluorescentes compactas (CFLs) e luzes LED usam de 25% a 80% menos eletricidade.

E duram de 3 a 25 vezes mais do que as lâmpadas incandescentes tradicionais — cuja venda, aliás, está proibida no Brasil desde 2016.

Embora as lâmpadas mais modernas sejam mais caras, elas geram economia a longo prazo.

Pra terminar, o ‘consumo fantasma’ de energia.

Ou seja, daquela luzinha vermelha de TVs e baterias que ficam ligadas 24 horas por dia. Pouco a pouco, dia a dia, minuto a minuto, eletricidade está sendo desperdiçada. Simplesmente desconectar o eletrodoméstico da tomada ou conectar o cabo a um filtro de linha com um botão liga/desliga pode trazer uma economia considerável de energia elétrica ao longo de um ano.

O mesmo acontece com computadores, impressoras, carregadores de celular, micro-ondas e roteadores, entre muitos outros dispositivos permanentemente conectados à rede elétrica de nossas casas.

Esse consumo fantasma pode representar até 10% do gasto anual de energia de uma casa.

Então, quando a dica é desligar totalmente um aparelho quando não estiver sendo usado.

Quais são os graus de pobreza e corrupção nos Estados Unidos

O país com a maior economia do mundo também tem de lidar com a pobreza, a desigualdade e a corrupção.

Mas em que níveis?

Vamos trazer dados importantes sobre os Estados Unidos – e mostrar como eles se comparam ao Brasil e à América Latina.

Começando pela pobreza.

Antes de mais nada, é preciso deixar claro que estamos falando de patamares diferentes de pobreza.

Ser considerado pobre nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, ou na América Latina, a região mais desigual do mundo, não é a mesma coisa

Nos Estados Unidos, uma família de dois adultos e dois filhos é classificada como pobre se tiver renda igual ou menor a 26 mil dólares por ano. 12% da população americana está nesse grupo.

No câmbio atual, com essa mesma quantidade de dinheiro, uma família na Colômbia ou no Brasil, por exemplo, pertencem à classe média.

É uma renda equivalente a 11 mil reais por mês.

Se dividirmos isso pelos quatro membros da família fictícia, cada um teria 2.875 reais por mês.

Em contrapartida, olha só o tamanho da pobreza no Brasil: um estudo da FGV estima que quase 63 milhões de brasileiros sobreviviam com uma renda domiciliar per capita de apenas 497 reais por mês.

Então para traçar comparações com os Estados Unidos, é preciso levar em conta outros fatores:

desde o câmbio até o fato de que os salários são mais altos nos Estados Unidos, mas o custo de vida também é.

Por isso, o Banco Mundial e a ONU criaram índices comparativos que levam em conta essas diferenças de custo de vida, valor das moedas, entre outros fatores.

O Banco Mundial estima a porcentagem da população que vive em pobreza extrema, com menos de 2 dólares e 15 centavos por dia.

Isso ajustado ao poder aquisitivo de várias moedas.

Nos Estados Unidos, 1% da população vive nessa situação.

Ou seja, mais ou menos 3 milhões de pessoas.

No Brasil, os dados mais recentes do Banco Mundial são de 2020, e estimaram que o auxílio emergencial dado pelo governo por causa da pandemia fez a pobreza extrema cair para 1,95% naquele ano, ou 4,1 milhões de pessoas.

Aqui vale dizer que em agosto de 2020 a pobreza chegou ao seu menor nível no Brasil devido ao auxílio emergencial, mas voltou a subir em seguida quando o pagamento foi interrompido.

Os especialistas, aliás, criticam essa falta de estabilidade. E os dados mais recentes do IBGE mostram que os avanços da pobreza e da extrema pobreza

foram recordes no Brasil em 2021, na comparação com o ano anterior.

A ONU produz outro indicador, o de desenvolvimento humano, que não mede só o salário, mas também o acesso das pessoas a serviços que trazem bem-estar, como saúde e educação.

O índice vai de zero a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento de um país. Os Estados Unidos pontuam 0,92 nesse indicador. O Brasil, 0,75, abaixo de alguns vizinhos de América Latina, como Chile e Uruguai. Também dá para comparar níveis de desigualdade, e um dos indicadores que medem isso é o de Gini.

Quanto mais baixo for um indicador de um país, menor é a desigualdade.

Um adendo importante: muitos economistas veem limitações no coeficiente de Gini. Entre os motivos, porque acham que ele não ajuda a distinguir a origem da desigualdade.

Com essas limitações em mente, vamos aos números.

O coeficiente dos Estados Unidos é 41,5 – sob esse critério, é um país menos igualitário que o Uruguai, mas bem mais do que o Brasil.

E é claro que desigualdade e pobreza têm efeitos importantes na política.

Shailly Barnes, diretora de políticas públicas no Kairos Center, um centro de estudos em Nova York dedicado ao combate à pobreza, diz que a política americana não responde às necessidades dos cidadãos mais vulneráveis.

Pra ela, assim como acontece em muitos países, a ansiedade ligada à preocupação com a pobreza no país alimenta fenômenos como o populismo.

Shailly Barnes explica que, na última década, cresceu nos Estados Unidos o uso de discursos racistas como resposta a um eleitorado preocupado com a piora de seu nível de bem-estar material.

E quanto à corrupção?

É mais um tema recorrente nos debates políticos também nos Estados Unidos.

Na campanha eleitoral de 2016, quando foi eleito presidente, Donald Trump prometia combater a corrupção e o establishment político de Washington.

Já quatro anos depois, nas eleições em que ele saiu perdedor, o discurso foi centrado na acusação sem provas de que a votação teria sido fraudada.

Mas de modo geral, embora nem sempre, o panorama é melhor nos Estados Unidos do que na América Latina. Isso segundo

os dados da Transparência Internacional – organização que mede a percepção sobre corrupção no mundo.

O ranking da ONG é liderado pela Dinamarca, com 88 pontos de um máximo de 100 sobre baixa percepção de corrupção no país.

Os Estados Unidos não pontuam bem.

Estão num nível parecido com o do Chile.

O Brasil e a Argentina estão na posição 96.

Como se deu o surgimento do dinheiro – e como o dólar se tornou a principal moeda global

Por milhares de anos, o dinheiro tem servido não só como meio de  

pagamento e de acúmulo de riquezas, mas também como unidade de conta.

Ou seja, como um sistema que nos permite fixar preços e registrar dívidas.

Uma história que começou com objetos de argila, pedras, conchas e sementes e que evoluiu,  ao longo de milhares de anos, para os complexos sistemas atuais, que  usam o dólar americano como referência.

Vamos lá.

A origem do dinheiro é controversa. Alguns pesquisadores acham que quem  

inventou a figura do dinheiro foram os sumérios, por volta de 3 mil antes de Cristo. Isso aconteceu na antiga Mesopotâmia – onde hoje fica o Iraque.

Os sumérios registravam em argila a quantidade de cereais ou gado de uma  

comunidade, em uma época em que a vida se desenvolvia em cidades-Estado como esta, Uruk, que já tinha desenvolvido  um sistema comercial sofisticado.

Nas ruínas dessa civilização os historiadores encontraram pequenos objetos de argila que serviam não só para a contabilidade de  bens. Eram usados também para fazer a troca por comida ou animais, conforme explica o historiador Niall Ferguson.

Esses objetos não tinham um valor padrão, mas tinham inscrito o que poderia ser trocado por eles.

Ao longo da história, comunidades e civilizações no mundo inteiro chegaram a usar conchas de praia como dinheiro. E os maias e astecas, nas  Américas, faziam trocas usando sementes de cacau.

Mas há quem ache que o dinheiro mais antigo da história humana seja outro:  

a cevada, usada pelos sumérios para a troca de produtos.

E outra corrente de historiadores acha que esse papel na verdade cabia aos siclos – que não eram uma moeda como conhecemos hoje, mas sim uma unidade de peso usada antigamente em partes do Oriente Médio.

Dependendo do lugar, um siclo podia pesar de oito a 17 gramas.

E nos códigos da civilização suméria havia regras econômicas muito claras, como esta:  

“Se um homem quebrar o dente de outro, tem de pagá-lo com dois siclos de prata”.

Recentemente, alguns arqueólogos afirmaram que os sumérios utilizavam anéis de metal ou machados com pesos pré-determinados como um tipo de moeda padronizada.

As primeiras moedas oficialmente cunhadas por um governo parecem ter surgido por volta do ano 640 antes de Cristo em Lídia, na Anatólia, onde hoje fica a Turquia. Tinham o brasão do rei Alíates.

Acredita-se que a moeda de Lídia, feita de uma liga de ouro e prata conhecida como electro, seja mais antiga que as moedas  cunhadas em lugares como China, Índia ou de civilizações como a  egípcia, persa, grega ou romana.

A cunhagem teve sucesso porque era capaz de produzir moedas duráveis,  

facilmente transportadas e que tinham um valor próprio.

Não demorou para que a moeda virasse um instrumento de controle político.

Elas ajudavam a organizar a cobrança de impostos que sustentavam as elites,  permitiam financiar os Exércitos e também  expandir o comércio para além das fronteiras.

Mas junto com elas circulavam outras formas de dinheiro.

A palavra salário, por exemplo, vem do latim, salarium. No Império Romano,  

soldados e funcionários públicos eram pagos com sal, um produto muito valioso na época, porque servia para conservar os alimentos.

E quando surgiram as notas de dinheiro? Ao longo de séculos, a unidade monetária básica da China eram moedas de cobre ou bronze com uma perfuração quadrada no centro. Esse furinho permitia que as moedas fossem penduradas juntas, formando uma corrente.

Mas à medida que as viagens e o comércio foram se expandindo,  a demanda por moedas cresceu rapidamente.  O cobre começou a ficar escasso.

Foi na dinastia Song, no ano mil da era atual, na província chinesa de Sichuan,  que foi emitido oficialmente o primeiro papel- moeda do mundo. Era o “jiaozi”,  

fabricado a partir do tronco de amoreiras.

E como isso aconteceu na prática? Bom, naquela época, os governantes não queriam que as valiosas cargas de ouro e prata acabassem indo parar em terras estrangeiras. Por isso, impuseram uma regra: só moedas feitas de ferro podiam ser usadas.

Mas as moedas de ferro eram tão pesadas que nem mulas nem carros de boi conseguiam levar cargas de grandes transações.

Foi assim que os comerciantes aderiram aos jiaozi, que eram como uma nota promissória acordada entre as partes que faziam negócio.

Logo o governo tomou controle do sistema e transformou a nota em uma moeda oficial.

Tão oficial quanto o dólar na época em que foi convertido, por decreto,  

na moeda oficial dos Estados Unidos, o que aconteceu em 1792.

E na história mais recente?

Bem, quando a Segunda Guerra Mundial estava perto do fim, os governos aliados se deram conta de um problema:  as economias estavam devastadas pelo conflito e se questionavam com qual moeda fariam o comércio internacional quando começasse a reconstrução.

Foi quando os representantes de 44 países se reuniram em um hotel de Bretton Woods, nos Estados Unidos, em julho de 1944, e negociaram o futuro das finanças e do comércio mundial no pós-guerra.

Os países europeus chegaram à reunião com profundas carências econômicas, enquanto os Estados Unidos, do outro lado, acumulavam as maiores reservas de ouro do mundo.

Foram 22 dias de reuniões em Bretton Woods, com intensas discussões regadas a uísque e charutos, como relata Ed Conway no livro A Conferência.

Dois homens se enfrentaram num duro duelo intelectual: o britânico John Maynard Keynes, com sua utópica ideia de criar uma moeda comum mundial, chamada bancor, e o americano Harry Dexter White, do Departamento do  Tesouro, que acabou ganhando a batalha.

No fim de Bretton Woods, ficou estabelecido que o dólar americano seria a moeda oficial de transações internacionais. E as duas instituições criadas naquela reunião, que são o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, passaram a realizar empréstimos em dólar aos países em  dificuldades econômicas depois da guerra.

Aquelas negociações moldaram uma arquitetura financeira global que,  

em grande parte, se mantém até hoje.

O que explica o crescimento recorde populacional do Canadá

O Canadá viu sua população aumentar em mais  de um milhão no intervalo de apenas um ano. A população canadense é a que cresce com  mais rapidez entre as nações da OCDE,  grupo conhecido como clube dos  países ricos – e que inclui muitos lugares que têm o desafio de enfrentar  o envelhecimento acelerado de seu povo.

Por trás desse crescimento no Canadá está uma política migratória do governo.

A agência de estatísticas oficial do Canadá divulgou que a população  

passou de 38 milhões e meio de habitantes para 39 milhões e meio, esse ritmo de crescimento tinha  sido visto pela última vez em 1957, no chamado baby boom pós Segunda Guerra Mundial.

Se esse ritmo for mantido, a população canadense vai dobrar em 26 anos, segundo a agência governamental e quase a metade desses um milhão de novos canadenses são imigrantes.

O país recebeu 437 mil estrangeiros no ano passado, número que também é recorde.

A entrada de imigrantes é vista pelo governo canadense como uma forma  de enfrentar dois problemas:

O primeiro é a baixa taxa de natalidade no país, de 1,4 filho por mulher – bem  

abaixo do nível de 2,1 filhos por mulher, mínimo para repor as pessoas que morrem.

A preocupação aqui é que, com menos  nascimentos, seja cada vez mais difícil ter população em idade produtiva para  compensar os gastos com a população idos.

O segundo problema canadense é a escassez de  mão de obra em setores considerados cruciais,  como saúde, manufatura, construção civil  e a área chamada de STEM – sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática.

Segundo o governo, a falta de trabalhadores tem prejudicado a recuperação econômica canadense pós-covid.

Desde que assumiu o poder, em 2015, o governo do primeiro-ministro

Justin Trudeau tem feito esforços para atrair mais estrangeiros, mas essa política ganhou gás no ano passado, quando o governo anunciou planos de receber  meio milhão de imigrantes por ano até 2025.

Isso tem incluído refugiados de conflitos como Ucrânia, Afeganistão e Síria,  mas também pessoas de países afetados por crises econômicas, como a Venezuela – e o próprio Brasil.

No  Canadá e, segundo as autoridades locais,  só em 2022 mais de 7 mil e 300 brasileiros  se tornaram residentes permanentes no país.

No ano anterior foram 11 mil e 400 brasileiros.

O Canadá tem um modelo de imigração baseado em pontos, que leva em conta fatores como idade, nível de inglês e francês, formação acadêmica e trajetória profissional para escolher quem receberá a residência permanente.

Muitos brasileiros escolhem entrar no país fazendo cursos superiores,  

justamente porque o diploma conta pontos nesse sistema.

Mas, apesar do incentivo à imigração, nem sempre a mudança para o Canadá é um processo fácil.

Há vários casos de imigrantes, inclusive brasileiros, que desistem  do processo e voltam para seus países.

Os motivos principais para isso são a rotina pesada, já que muita gente  

tem de conciliar estudos e emprego para se manter, e as dificuldades financeiras.

Tem gente que, mesmo trabalhando duro no Canadá, precisou gastar todas as economias em real antes de conseguir empregos mais bem remunerados e residências permanentes.

E, é claro, tem o fator clima:  não é todo mundo que se acostuma  

com facilidade com invernos longos, muitas vezes sob temperaturas negativas de modo geral, o Canadá é visto como um país  mais receptivo a imigrantes em comparação com seu vizinho do sul, os Estados Unidos, que  vêm endurecendo suas políticas migratórias.

Mas isso não significa que não existam dificuldades em receber esses imigrantes, principalmente os que atravessam  a fronteira terrestre a pé,  

vindos do território americano em situação migratória irregular

Na província de Quebec, onde muitos desses recém-chegados que pedem refúgio se instaalam,  o premiê regional, François Legault,  disse em fevereiro que os serviços sociais haviam chegado ao limite e, por isso, alguns imigrantes ficariam sem teto.

Ele falou, entre aspas, que  “está cada vez mais difícil receber os solicitantes de refúgio com dignidade”.

O intenso volume de pessoas também aumenta a demora por documentos importantes, como vistos de trabalho ou números de seguridade social

Os próprios pedidos de refúgio, que cresceram 26% ao longo de 2022, estão levando dois anos para serem processados – e, no fim desse  processo, quase um terço foi rejeitado.

A agência de estatísticas do Canadá também  afirmou que o aumento no fluxo de imigrantes permanentes e temporários pode “trazer  desafios adicionais para algumas áreas, em questões como moradia, infraestrutura,  transporte e serviços para a população”.

O governo, por sua vez, diz que seu plano migratório prevê atrair imigrantes para diferentes regiões do país, incluindo cidades menores ou rurais,  

para aliviar a pressão sobre determinadas áreas do país e defende que a imigração é o caminho para, entre aspas,  “ajudar as empresas a encontrarem  os trabalhadores de que precisam, colocar o Canadá no caminho do sucesso de longo  prazo e fazer valer nosso compromisso diante  

de pessoas vulneráveis, que estão fugindo da violência, da guerra e da perseguição”

Mudanças na Caixa Econômica para financiamento imobiliário em 2023

E hoje vamos falar sobre as recentes mudanças no mercado de financiamento

imobiliário que afetam diretamente quem trabalha com as construções financiadas ou simplesmente quem deseja construir uma casa financiada pela Caixa Econômica Federal.

O mês de abril de 2023 começou muito agitado nesse mercado com a caixa sendo três alterações importantes em suas regras de financiamento.

Logo na primeira semana do mês como muitos já sabem, é mudanças nas regras de financiamento são comuns no nosso país, já que a economia a taxa SELIC e outros fatores impactam diretamente os bancos e consequentemente nos financiamentos Imobiliários, no entanto é importante ressaltar que essas mudanças podem trazer tanto aspectos positivos quanto negativos para quem trabalha com isso.

Vamos começar falando sobre as mudanças negativas infelizmente a caixa anunciou um aumento na taxa de juros que já é esperado por muitos devido à taxa SELIC estar em 3.75% antes as taxas de juros praticadas pela Caixa eram em torno de 9%. o que não era mais compatível com a atual taxa SELIC com o aumento de um ponto percentual a taxa de juros efetiva agora a varia de cerca de 10 a 10,5% ao ano dependendo do tipo de financiamento e do  relacionamento do cliente com a taxa.

Vale ressaltar que esse aumento só afeta financeiramente pelo SBPF e não

houve alterações na taxa de juros para o programa Minha Casa Minha Vida.

As taxas de juros atualizadas para o SBPS inclui uma taxa de juros nominal de 10.16% ao ano e uma taxa de juros efetiva de 10.65% ao ano para a taxa de juros balcão enquanto a taxa de juros nominal para aqueles com relacionamento com a caixa é de 10.02% ao ano e a taxa de juros efetiva de 10.5% ao ano ainda uma taxa de juros Plus disponível continua sendo vantajoso construir uma casa financiada.

Tanto para quem deseja morar quanto para quem deseja vender atualmente a taxa de juros média é de 10.5% ao ano, mas vivemos no período em que a taxa SELIC está em 13,75%, isso significa se pegarmos esse dinheiro emprestado no banco a 10.5% e deixarmos o nosso dinheiro rendendo em outro investimento como por exemplo uma renda fixa o nosso dinheiro renderá cerca de 13% ao ano, ou seja, é mais barato usar o dinheiro do banco do que o nosso próprio dinheiro para construir uma casa e durante a obra também pagamos só os juros sobre o valor que o banco nos empresta que vai nos emprestamos aos poucos que é o chamado juros de obra.

Agora vamos falar das mudanças positivas.

A caixa anunciou duas outras mudanças nas regras que foram muito positivas e aguardada por todos.

A primeira mudança é que antes havia um limite máximo de financiamento de um milhão e meio independente da regra, agora não há mais esse limite, ou seja, o limite é o máximo que a sua renda comporta, isso é uma ótima

notícia para quem deseja pegar financiamentos acima de um milhão e meio.

A segunda mudança de regra é que antes era permitido ter apenas um

financiamento por CPF ativo, mas agora é possível ter quantos financiamentos a sua renda comportar, então se você precisa construir se você precisa de um

financiamento para um terreno e uma casa a caixa é uma opção.

A gripe aviária pode ser a próxima pandemia?

O vírus influenza, vírus  causador da gripe aviária,  voltou a aparecer nas manchetes de todo o mundo das cidades do litoral do Daguestão,  na Rússia, à costa do Peru, passando por fazendas de visons na Espanha e granjas nos  Estados Unidos, são vários episódios registrados  de milhões de animais que morreram (ou foram  sacrificados) após terem contato com o vírus

Mas será que o H5N1 pode  causar a próxima pandemia?

Bom, vamos começar com o básico: o que é o H5N1?

O H5N1 é conhecido desde 1996, quando foi  detectado por cientistas na China e em Hong Kong mas ganhou destaque internacional a  partir de 2005, quando a mortalidade de frangos criados em granjas  na Ásia subiu drasticamente.

Nessa época, também foram registrados episódios  de infecção em seres humanos — mas todos os afetados tiveram contato direto com aves doentes

O H5N1 é um tipo de influenza, família de vírus que reúne outros causadores  da gripe, como o H1N1 e o H3N2.

A diferença é que o H5N1 era um vírus que  atingia apenas as aves. Nelas, causa uma infecção respiratória e intestinal que progride  rapidamente e tem uma alta taxa de mortalidade mas a dinâmica desse vírus está mudando bastante. 

Por que o H5N1 voltou a virar assunto?

A Organização Mundial para Saúde Animal  estima que, desde outubro de 2021,  foram registrados mais de 42 milhões  de casos de infecção por H5N1 em aves nesse período, cerca de 15 milhões de aves  domésticas morreram em decorrência dessa gripe — e outras 193 milhões  precisaram ser sacrificadas.

Estamos diante do pior surto de gripe aviária já registrado  desde que esse vírus foi identificado  pela primeira vez, há quase 30 anos os surtos também estão se espalhando no mundo afora:  antes, se concentravam na Ásia e na Europa; mais  recentemente, começaram a afetar as Américas.

O aumento da circulação está relacionado as aves migratórias,  

que vão de um continente para o outro de acordo com a estação do ano.

Muitas delas viajam infectadas e, quando chegam a um novo lugar, têm contato com as espécies locais Assim, o vírus começa a circular numa  nova região — e pode chegar às granjas,  que concentram grandes quantidades  de aves em armazéns fechados, a médica veterinária Helena Lage  Ferreira explicou que o influenza H5N1 passou  por uma “diversificação genética” recentemente.

E é aí, desde 2005, esse vírus começou a se  diversificar geneticamente. Mas o que tem causado esse monte de problema é uma variante.  Decidimos então, em 2020, emergir uma nova linhagem do vírus. Na verdade, a gente fala clado  e esse é clado que tem sido disseminado desde a Ásia até a Europa, África e as Américas. 

Agora não é o mesmo vírus esse lado do subtipo H5N1 que tem causado esse problema é  o clado 2,3 por quatro, por quarto e ele tem algumas mutações genéticas que parecem que são mais  que fazem o vírus ficar mais transmissível entre as aves. Então as aves precisam de uma carga viral mais baixa para se infectar, então elas ficam mais suscetíveis também a uma infecção ou uma contaminação ambiental, por exemplo.

Mas o problema não para por aí, além do altíssimo número de aves afetadas nos últimos dois anos, o que tem chamado a atenção dos cientistas é a quantidade de mamíferos que também estão se infectando com o H5N1.

Até o momento, casos de gripe relacionados e esse vírus foram confirmados em ursos,  raposas, gambás, guaxinins, visons,  focas, golfinhos e leões marinhos, na maioria desses casos, a infecção acontece  

pelo contato próximo desses mamíferos com aves infectadas, muitos deles compartilham o mesmo  habitat — e o contato próximo facilita a transmissão do vírus entre espécies. Na maioria das vezes, o H5N1 é transmitido  diretamente das aves para os mamíferos por  

meio de fluidos como gotículas de  saliva ou fezes, ou pela predação,  

em que uma espécie caça e se alimenta da outra. Mas, recentemente, dois episódios  sinalizaram que o H5N1 pode estar adquirindo aos poucos a capacidade  de passar de um mamífero para o outro o primeiro deles aconteceu na Galícia, no  noroeste da Espanha. Em outubro de 2022,  

os responsáveis por uma fazenda notificaram as autoridades sobre a transmissão do vírus entre os visons, um tipo de animal  criado para a fabricação de casacos essa foi a primeira ocasião em que a  transmissão do H5N1 entre mamíferos,  sem a intermediação de aves,  foi confirmada oficialmente.

O segundo episódio ocorreu na costa do Peru, onde mais de 3 mil e 400 leões-marinhos morreram por causa da gripe aviária, essas mortes na costa peruana ainda  estão sob investigação para definir se a cadeia de transmissão envolveu diretamente as aves — ou se o H5N1 também começou a  ser transmitido entre os leões-marinhos.

Terceiro ponto: e nós, seres humanos?

A microbiologista Marilda Mendonça de Siqueira me disse que toda essa  

movimentação do H5N1 entre espécies diferentes é preocupante para a gente

A partir do momento que é detectado que um vírus influenza aviário conseguiu  

chegar até o mamífero, foi detectado em mamíferos. Isso aí causa uma preocupação porque, naturalmente, o ambiente celular de  um mamífero em termos de temperatura de pH de alguns receptores é muito mais próximo a dos humanos do que outras aves e então, e isso é uma das preocupações que nós  

então temos quando nós verificamos este salto em diferentes espécies animais de acordo com a Organização Mundial  da Saúde, a OMS, entre 2003 e março de 2022 foram registrados 864 casos e 456  mortes causadas pelo H5N1 em seres humanos.

Já o Centro de Controle e Prevenção de  Doenças, o CDC dos Estados Unidos, estima que,  entre janeiro de 2022 e março de 2023, dez  pessoas foram diagnosticadas com a gripe aviária duas delas morreram

Esses últimos casos aconteceram em Camboja,  China, Espanha, Equador, Reino  Unido, Estados Unidos e Vietnã recentemente, as autoridades  do Chile também detectaram um caso de gripe aviária em numa pessoa no país

Embora os números sejam pequenos, eles  permitem calcular uma mortalidade bem alta:  no geral, 52% das pessoas que  foram infectadas pelo H5N1 morreram a mortalidade pelo tipo 2.3.4.4b do vírus,  

que parece estar por trás desse  espalhamento atual, está um pouco menor

Mesmo assim, fica na casa dos 20%, mas é importante deixar claro que os casos de  gripe aviária em seres humanos são esporádicos  e estão todos relacionados ao contato próximo  com animais infectados em granjas ou na natureza até o momento, não foi registrada nenhuma cadeia  de transmissão direta de uma pessoa para outra.

E isso nos leva ao quarto ponto: será que o  H5N1 pode ser o causador da próxima pandemia?

O virologista Edison Durigon disse que o risco ainda é baixo,  mas nunca estivemos tão  próximos de um cenário desses na avaliação dele uma pandemia de H5N1  seria uma tragédia e se transformaria rapidamente num dos maiores problemas  que a humanidade poderia enfrentar, a professora Marilda Siqueira concorda a boa notícia é que o mundo  parece estar melhor preparado para enfrentar uma pandemia de H5N1  do que esteve para lidar com a covid.

Nós já temos, por exemplo, remédios  antivirais que funcionam bem contra esse vírus e vários centros de pesquisa já estão  fazendo testes de vacinas contra o H5N1,  um deles é o Instituto Butantan, em  São Paulo, que anunciou recentemente  que pretende começar os testes clínicos,  que envolvem voluntários, em 2024 a estimativa das autoridades é que seja  possível iniciar uma grande campanha de vacinação contra o H5N1 em cinco ou seis meses  a partir do momento em que uma eventual pandemia causada por esse vírus fosse decretada.

Com isso, chegamos à última pergunta: existe algo que podemos fazer agora  para evitar essa nova pandemia?

Cientistas, instituições públicas e governos já estão trabalhando nisso

Os especialistas dizem que é necessário investir ainda mais no monitoramento de vírus, para detectar possíveis mutações ou surtos  logo na origem, antes que eles se espalhem do ponto de vista individual, existem  algumas medidas básicas que já podem ser  colocadas em prática para nos proteger  e evitar uma crise de saúde futura a mais importante delas, segundo os cientistas  com quem conversei, é não tocar ou chegar perto de aves mortas que a gente veja na  praia, no mato ou em qualquer outro lugar Isso porque esse animal pode estar infectado com o H5N1 — e a proximidade pode  facilitar a transmissão pra gente Nesses casos, a orientação é notificar  as autoridades locais, que podem enviar  profissionais com equipamentos de proteção para  remover o corpo e enviar amostras para análise.

E, claro, vale sempre lavar as mãos  com regularidade e ficar atento aos  

sinais de infecção respiratória — como tosse, espirros, febre e dor no corpo

Nos casos em que esses incômodos aparecem, é importante evitar o contato com outras pessoas por algum tempo.

Os três principais pontos que explica o caos em Israel

Israel vive um caos político e social sem precedentes.

Um caldeirão que também inclui  greves, demissões no alto escalão,  brigas políticas e uma crise  inédita com o Exército.

Aqui foi explicar em 3 pontos essa convulsão,  que levou a um recuo importante  do premiê Benjamin Netanyahu.

Começo com o que está por trás dessa onda.

Israel tem vivido protestos desde que a coalizão de extrema direita liderada  

por Netanyahu colocou em marcha planos de reformar o sistema judiciário.

Uma reforma vista pelos críticos como uma ameaça ao  sistema democrático – e que detalho logo mais.

Os protestos foram crescendo semana a semana,  e passaram a aglutinar diferentes setores,  inclusive alguns tradicionalmente  alinhados à direita israelense.

Um dos pontos mais simbólicos talvez seja a adesão  de um número crescente de reservistas do Exército,  grupo que é a espinha dorsal  das Forças Armadas israelenses,  e que conta com bastante prestígio e influência.

Bom, vários deles, inclusive alguns de  esquadrões de elite e missões de combate,  têm se recusado a se apresentar para  suas funções militares. Eles argumentam  que a reforma proposta pelo governo vai  enfraquecer a democracia de Israel e,  em consequência, colocar a  segurança do país em risco.

As tensões chegaram ao auge no último fim de semana, quando o ministro da  

Defesa pediu que a reforma fosse suspensa.  Em resposta, ele foi demitido por Netanyahu.

Foi o estopim para uma onda ainda maior e mais violenta de manifestações nas ruas  – e alguns manifestantes chegaram a romper a barreira policial que protegia a  entrada da casa de Netanyahu em Jerusalém.

E ainda teve a decisão do maior sindicato do país, que convocou uma greve geral. Os voos do principal aeroporto de Israel foram cancelados por causa da  

paralisação dos trabalhadores aeroportuários em protesto contra as políticas do governo. Mas por que os planos de reformar o Judiciário causam tanta polêmica?

Em resumo, a proposta do governo prevê que a Suprema Corte fique impedida de revisar ou vetar leis aprovadas pelo Parlamento, que  passaria a poder alterar decisões do Tribunal.  

Isso deixaria o país sem nenhum sistema de pesos e contrapesos para contrapor o Poder  Legislativo – algo visto como essencial para  resguardar a democracia israelense. Com isso, na visão dos críticos, o país estaria  em vias de se tornar uma ditadura.

No caso dos militares, um dos argumentos é de  que Israel precisa de uma democracia sólida e  um Judiciário independente para defender  suas ações e condutas num momento em que  o país enfrenta hostilidades com seus  vizinhos e a comunidade internacional.

Por fim, outro ponto polêmico da reforma é dar ao governo mais poder sobre o comitê responsável pela nomeação de todos os juízes  do país, inclusive os da Suprema Corte.

Aliás, a gente produziu um vídeo explicando isso em detalhes, vou deixar aqui embaixo na descrição.

Na prática, Netanyahu também é acusado de usar a reforma em benefício próprio, já que ele está sob julgamento na Justiça por  acusações de corrupção, as quais ele nega.

Em contrapartida, defensores da reforma argumentam que o bloco de partidos religiosos e de extrema  direita venceu a eleição geral mais recente,  

em novembro passado. Então, teria recebido aval das urnas para levar a reforma adiante.

E Netanyahu argumenta que as mudanças propostas  restauraram o equilíbrio entre os Poderes no país. Ele diz que os líderes do protesto têm interesses políticos e tentam derrubar o governo.

Como você vê, a convulsão atual não está diretamente ligada à questão mais sensível  

da política israelense, que é a disputa com os palestinos, mas essas tensões também têm crescido.

Ao longo do último ano, tropas israelenses têm conduzido operações quase diárias na Cisjordânia,  

área palestina ocupada. O saldo é de mais de 250 mortes entre palestinos,  

além de 40 israelenses e estrangeiros que foram mortos por ataques palestinos.

E o que pode acontecer?

Segundo o correspondente da BBC em Jerusalém, Tom Bateman, o que está  em jogo é a própria identidade do Estado de Israel.

Tom Bateman diz que Netanyahu  

está numa posição difícil, acuado de um lado pelos protestos populares e, do outro,  pela ala de extrema direita que compõe seu  governo e que defende firmemente as reformas.

No fim, diante da pressão, o premiê acabou  recuando e anunciou o adiamento da reforma.

Em um pronunciamento, Netanyahu  disse que existe uma “vontade  

de se alcançar um consenso” e que  buscava evitar uma cisão no país.

Mas deixou claro que não estava  desistindo da reforma.

Ainda não se sabe se esse adiamento  vai ser suficiente para aplacar os  

protestos. Ao menos por ora,  a greve geral foi suspensa.

Nas últimas semanas, o presidente israelense,  Isaac Herzog, cujo cargo é cerimonial e costuma  se manter distante das disputas políticas,  advertiu que o país pode estar caminhando rumo ao  “desastre” caso não se chegue a um consenso.

Após o anúncio do recuo de Netanyahu, Herzog  disse que isso era “a coisa certa a se fazer”.

É uma crise que a gente vai continuar acompanhando aqui.