Como a diminuição da população da China afeta o mundo

A população da China começou a encolher!

Houve 10,4 milhões de mortes no país em 2022,  

contra 9 milhões e meio de nascimentos.  É a primeira vez que isso acontece  

desde os anos 60.

Vamos explicar em três pontos  o que isso significa para o mundo.

Primeiro, que a China provavelmente está entrando  em uma nova fase de declínio populacional que fará com que a Índia se torne a nação mais  populosa do mundo em meados de abril e,  em 2100, pode ter pouco mais da etade  dos 1,4 bilhão de habitantes que tem hoje.

E 2100 é um ano simbólico, que deve  marcar o momento em que a população  

global como um todo vai chegar ao ponto  mais alto e daí começar a cair. Mas não sem antes passar dos 8 bilhões atuais para  10,4 bilhões de pessoas nesse futuro que, se você nasceu depois de 2000, talvez ainda veja. Segundo ponto:

Como assim isso agora é motivo para preocupação – se o excesso de gente no  mundo é sempre retratado como um problema?

A rapidez com que essa mudança ocorre, sem que a maior parte da população chinesa tenha conseguido enriquecer antes  de envelhecer, ameaça o equilíbrio 

que a sociedade precisa entre uma população em idade produtiva e uma população cada vez mais idosa, que precisa de recursos para  saúde e também para aposentadorias.

A taxa de natalidade da China é estimada  hoje em 1,18 filho por mulher, já abaixo dos 2,1 filhos por mulher necessários para  manter a população em tamanho estável.

Por enquanto, a agência de estatísticas chinesa  diz que não há motivos para preocupação, argumentando que a oferta de mão de obra  no país ainda é maior do que a demanda.

Mas alguns economistas alertam que, para manter  seu crescimento econômico daqui em diante, a China dependerá de aumentar cada  vez mais a produtividade. O que nos leva ao terceiro ponto: o impacto econômico.

A queda da população afeta o mundo inteiro  porque a China é uma potência econômica global, e qualquer desequilíbrio ou recuo econômico  reverbera em muitos outros países.

Um exemplo prático é que, se a força de trabalho começar a declinar,  a China terá dificuldade em  continuar fabricando produtos baratos para exportação – o que tende  a afetar taxas de inflação mundo afora.

Bom, vale lembrar que o que os chineses estão vivendo não é exatamente novidade.  

Países europeus já estão enfrentando declínios populacionais e normalmente atrair imigrantes é uma maneira de compensar isso. A agência migratória da ONU estima que haja 10 milhões de chineses morando no exterior, contra 1 milhão de imigrantes de outros países registrados na China.

Outra forma de aumentar a natalidade é oferecer incentivos para que casais tenham mais filhos. Mas os efeitos disso costumam ser limitados. Alguns economistas defendem que esses incentivos dependem  

de questões sociais mais profundas, como o desequilíbrio de gênero e o excesso de tarefas que recaem sobre as mulheres – diminuindo a disposição delas em ter mais filhos. Fora que os custos de moradia e educação têm subido na China, o que também desestimula famílias a ficarem maiores.

Os chineses ainda precisam lidar com um problema adicional: a disparidade   no número entre homens e mulheres, algo que  dificulta a formação de famílias em áreas rurais. Esse é mais um desdobramento  da chamada política do filho único, que vigorou na China entre 1980 e 2015, punindo  casais que tivessem mais de um filho. Ela teve impactos sociais importantes – inclusive nessa  queda demográfica que começamos a v

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