Impacto da guerra da ucrânia nas commodities

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, tem gerado impactos significativos nos preços e na oferta de diversas commodities agrícolas no mercado internacional. Neste post, vamos analisar como essa guerra afeta os principais produtos exportados pelo Brasil, como milho, soja, trigo e petróleo, e quais são as perspectivas para o futuro.

A Rússia e a Ucrânia são dois dos maiores produtores e exportadores de commodities agropecuárias do mundo. Segundo dados da Observatory of Economic Complexity (OEC), em 2019, a Rússia foi responsável por 19,3% das exportações mundiais de trigo, 10% de alumínio e 10% de petróleo e gás.

Já a Ucrânia foi responsável por 8% a 10% das exportações mundiais de trigo, 14% de milho e 55% de óleo de girassol. Além disso, os dois países têm participação relevante no mercado de insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos.

Com o início da guerra, houve uma forte elevação dos preços dessas commodities, devido à incerteza sobre a oferta e à possibilidade de sanções econômicas impostas pelos países ocidentais à Rússia. Por exemplo, o preço do trigo atingiu o maior nível desde 2008 em março de 2023, com uma alta de 76% em relação a fevereiro de 2022.

O preço do petróleo tipo Brent também subiu 1,46% desde o começo do conflito, chegando a US$ 138 por barril em 6 de março. Outras commodities, como milho, soja, minério de ferro e níquel também registraram valorizações expressivas no período.

Consequências da guerra a curto e longo prazo

Essa alta dos preços tem impactos positivos e negativos para as exportadoras brasileiras de commodities. Por um lado, as empresas podem vender seus produtos por preços mais atrativos e aumentar sua rentabilidade.

Por outro lado, elas também enfrentam maiores custos de produção, devido ao encarecimento dos insumos importados dos países em guerra. Além disso, há o risco de desabastecimento de alguns produtos essenciais para a agricultura brasileira, como fertilizantes e trigo.

Segundo uma nota elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP), as commodities mais afetadas pela guerra no leste europeu são aquelas que têm maior essencialidade em um cenário de conflitos, como grãos e oleaginosas.

Já as commodities que têm menor peso na produção dos países envolvidos na guerra ou que dependem mais das condições climáticas para sua oferta, como açúcar, café e carne bovina, apresentaram quedas nos preços ou voltaram aos patamares pré-conflito.

As perspectivas para o mercado mundial de commodities agropecuárias dependem da evolução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia e das medidas adotadas pelos demais países para conter seus efeitos.

Caso haja uma escalada da violência ou um endurecimento das sanções econômicas à Rússia, é provável que os preços das commodities continuem em alta ou até mesmo superem os recordes históricos. Por outro lado, caso haja uma solução pacífica ou uma redução das tensões na região, é possível que os preços se estabilizem ou recuem para níveis mais baixos.

De qualquer forma, é importante que as exportadoras brasileiras de commodities estejam atentas às mudanças no cenário internacional.

Os países com as maiores commodities

Commodities são produtos básicos que podem ser negociados no mercado internacional, como grãos, metais, petróleo e gás natural. Eles são importantes para a economia mundial, pois representam uma fonte de renda e de matéria-prima para diversos setores.

Alguns países se destacam na produção e na exportação de commodities, seja pela sua extensão territorial, pela sua diversidade climática ou pela sua capacidade tecnológica. Então, vamos conhecer os países com as maiores commodities do mundo e quais são os principais produtos que eles oferecem.

Brasil

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas do mundo, graças à sua vasta área cultivável, ao seu clima favorável e à sua produtividade. Entre os principais produtos agrícolas brasileiros estão a soja, o milho, o café, o açúcar, a laranja, a carne bovina e a carne de frango. O Brasil também possui grandes reservas de minerais, como ferro, bauxita, nióbio e ouro, além de petróleo e gás natural. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os estados que mais produzem commodities no Brasil são Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

China

A China é o maior consumidor e importador de commodities do mundo, mas também é um grande produtor e exportador de alguns produtos. A China é líder na produção de arroz, trigo, batata, chá, algodão e carne suína.

Também é o maior produtor mundial de carvão, aço, alumínio e ouro. A China possui ainda reservas significativas de petróleo, gás natural e terras raras. A China é o principal parceiro comercial do Brasil e de muitos outros países que fornecem commodities para o seu mercado interno.

Estados Unidos

Os Estados Unidos são um dos maiores produtores e exportadores de commodities do mundo, especialmente no setor agrícola. Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de milho, soja, trigo, algodão e carne bovina. Também se destacam na produção de frutas, legumes, laticínios e ovos. No setor mineral, os Estados Unidos possuem as maiores reservas de carvão do mundo e são grandes produtores de petróleo, gás natural, cobre e ouro.

Rússia

A Rússia é um país rico em recursos naturais, principalmente no setor energético. A Rússia é o maior produtor e exportador mundial de gás natural e um dos maiores produtores e exportadores de petróleo.

A Rússia também possui grandes reservas de carvão, urânio, níquel, cobre, platina e diamante. No setor agrícola, a Rússia produz principalmente trigo, cevada, batata e beterraba.

Austrália

A Austrália é um país com uma economia baseada na exportação de commodities minerais e agrícolas. A Austrália é o maior produtor mundial de minério de ferro, bauxita, alumínio e opala. Também é um grande produtor de ouro, cobre, urânio e carvão. No setor agrícola, a Austrália se destaca na produção de carne bovina, carne ovina, lã, trigo e cana-de-açúcar.

Conclusão

Commodities são produtos essenciais para o desenvolvimento econômico e social dos países. Alguns países possuem vantagens comparativas na produção e na exportação desses produtos, gerando emprego, renda e divisas.

No entanto, a dependência excessiva das commodities pode trazer riscos para a economia desses países, como a vulnerabilidade às oscilações dos preços internacionais, a perda de competitividade em outros setores e os impactos ambientais da exploração dos recursos naturais.

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