O que mais consome energia em casa e como economizar

Em países quentes como o Brasil, a chegada do verão costuma trazer contas mais caras, principalmente porque aumenta o uso de aparelhos como o ar-condicionado.

No Hemisfério Norte, o problema é outro: o inverno está chegando, e é preciso aquecer as casas.

Vamos trazer dicas de como economizar energia em casa e reduzir o peso no bolso.

Vou começar pelos dois principais “gastões” de” energia no Brasil – ar-condicionado e chuveiro elétrico, nessa ordem.

Mas fica comigo até o fim porque tem dicas também para outros eletrodomésticos.

O consumo mensal de energia de um aparelho de ar-condicionado pode variar de 129 a 679 quilowatts-hora.

Essa diferença grande acontece porque existem muitos tipos diferentes de ar-condicionado no mercado, segundo a Enetec, consultoria de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília.

A Enetec calcula que um dos modelos mais comuns nas casas, o tipo split de 12 mil BTUs de potência, ligado 8 horas por dia, 30 dias no mês, representa um consumo mensal médio de 194 quilowatts-hora.

Isso é mais de duas vezes o consumo médio de um chuveiro elétrico ligado 30 minutos por dia.

Olha só que as próprias fabricantes de ar-condicionado recomendam para reduzir esse gasto.

Um ponto importante é regular a temperatura para 23 graus, considerada confortável para o nosso corpo e que não exige demais do aparelho.

Isso porque se alguém chega em casa morrendo de calor e já de cara coloca o ar-condicionado numa temperatura gelada, tipo 17 graus, força o aparelho a trabalhar muito para compensar a diferença entre as temperaturas interna e externa.

Também força ele a voltar a ligar toda vez que seus sensores perceberem que o ambiente está mais quente do que os tais 17 graus.

O resultado, é claro, são mais picos no consumo e uma conta de energia mais cara.

Vale também fechar portas, janelas e cortinas, para manter o ar resfriado e evitar que o sol atrapalhe o processo.

O recomendável é instalar o ar-condicionado em uma parte alta do ambiente.

Isso ajuda o aparelho a resfriar o local de modo uniforme, sem consumir energia desnecessariamente.

Comprar aparelhos com potência ideal para o tamanho do espaço também evita gasto de energia e de dinheiro à toa.

E como saber a potência adequada?

As empresas recomendam medir quantos metros quadrados tem o ambiente a ser resfriado e calcular 600 BTUs por cada metro quadrado.

Se o ambiente receber muita incidência do sol, pode ser 800 BTUs por metro quadrado.

Pra cada pessoa que for usar aquele ambiente, acrescentamos mais 600 BTUs.

Dessa soma total sai a potência.

Mais dicas: usar a função sleep, que programa o ar-condicionado para desligar depois de um determinado tempo.

Isso evita que ele fique ligado gastando energia a noite inteira.

E se o ambiente tiver que ficar refrigerado o dia inteiro ou quase inteiro, talvez seja o caso de escolher um ar-condicionado tipo inverter.

Esse modelo tem um consumo mais baixo, por manter seu compressor ligado constantemente, sem permitir oscilação de temperatura.

Por fim, é bom manter os filtros do aparelho sempre limpos.

Isso reduz o consumo de energia, aumenta a vida útil, diminui ruídos e evita a proliferação de micro-organismos.

Para o chuveiro elétrico, tem dicas simples da distribuidora de energia Enel:

• Colocar o chuveiro no modo verão, que exige menos aquecimento de água

• Reduzir o tempo de banho

• Fechar o chuveiro durante atividades mais

demoradas, como fazer a barba, depilação nas pernas ou hidratação nos cabelos.

• Nunca reutilizar uma resistência queimada.

Além de aumentar o consumo, isso coloca em risco sua segurança

• Manter as saídas de água do chuveiro limpas, o que deixa ele mais eficiente.

Já falei dos aparelhos que mais gastam, mas dá para economizar energia também com outros eletrodomésticos.

Primeiro já na hora da compra, escolhendo aparelhos com alto nível de eficiência energética.

No Brasil, a recomendação é dar preferência aos eletrodomésticos classificados como classe A pelo selo Procel do Inmetro.

Os eletrodomésticos com esse selo consomem menos energia.

Isso é importante principalmente pra geladeira e freezer, que ficam ligados o dia inteiro.

Pra economizarem ainda mais com eles, mais cinco dicas:

– Evitar o acúmulo de gelo, – Manter a parte traseira ventilada e sem

poeira, deixando um espaço entre a geladeira e a parede para que o ar possa circular.

– Instalar a geladeira longe de fontes de calor, como o forno ou a luz direta constante do sol; – Guardar os alimentos com espaço suficiente

entre eles para que o ar circule, facilitando o resfriamento.

– Por fim, algo que pode parecer bobo, mas não é: abrir a geladeira o mínimo possível para evitar a perda de frio para o ambiente.

Na máquina de lavar, a recomendação é optar sempre que possível pelos ciclos de lavagem mais curtos ou pelo modo econômico, que diminui o consumo de energia e água.

Acumular peças usadas no cesto de roupa, deixar as peças mais sujas de molho no balde ou tanque antes da lavagem e usar a quantidade de sabão e amaciante recomendada pelos fabricantes também ajuda.

A secadora de roupas, que consome muita energia, deve ser evitada sempre que possível.

Para quem tem máquina de lavar louça: aqui, o que dá para fazer é tentar aproveitar ao máximo cada espaço com louça suja, pra diminuir a quantidade de vezes em que a máquina é usada.

Tem forno elétrico ou fogão de indução?

Uma dica é desligar os aparelhos um pouco antes do tempo necessário pro cozimento e deixar a comida por mais um tempo lá.

O calor residual vai terminar de cozinhar ou assar o prato.

Exemplo: se um alimento precisa de uma hora no forno e desligamos dez minutos antes, são 15% de energia economizados.

Agora, a iluminação.

As lâmpadas tradicionais consomem mais, por isso precisam ser substituídas por outras mais eficientes.

Lâmpadas halógenas, fluorescentes compactas (CFLs) e luzes LED usam de 25% a 80% menos eletricidade.

E duram de 3 a 25 vezes mais do que as lâmpadas incandescentes tradicionais — cuja venda, aliás, está proibida no Brasil desde 2016.

Embora as lâmpadas mais modernas sejam mais caras, elas geram economia a longo prazo.

Pra terminar, o ‘consumo fantasma’ de energia.

Ou seja, daquela luzinha vermelha de TVs e baterias que ficam ligadas 24 horas por dia. Pouco a pouco, dia a dia, minuto a minuto, eletricidade está sendo desperdiçada. Simplesmente desconectar o eletrodoméstico da tomada ou conectar o cabo a um filtro de linha com um botão liga/desliga pode trazer uma economia considerável de energia elétrica ao longo de um ano.

O mesmo acontece com computadores, impressoras, carregadores de celular, micro-ondas e roteadores, entre muitos outros dispositivos permanentemente conectados à rede elétrica de nossas casas.

Esse consumo fantasma pode representar até 10% do gasto anual de energia de uma casa.

Então, quando a dica é desligar totalmente um aparelho quando não estiver sendo usado.

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