Relação da inflação e desemprego na taxa de juros dos EUA

A taxa de juros é um dos principais instrumentos de política monetária utilizados pelos bancos centrais para controlar a oferta de moeda e influenciar a atividade econômica. A taxa de juros básica nos Estados Unidos é definida pelo Federal Reserve (Fed), que é o banco central americano.

Uma das principais metas do Fed é manter a estabilidade dos preços, ou seja, evitar que a inflação saia do controle e prejudique o poder de compra da população. A inflação é o aumento generalizado e persistente dos preços dos bens e serviços na economia.

Quando a inflação está alta, o dinheiro perde valor e as pessoas precisam gastar mais para comprar as mesmas coisas.

Para combater a inflação, o Fed pode aumentar a taxa de juros, tornando o crédito mais caro e reduzindo a demanda por bens e serviços. Com menos consumo, os preços tendem a cair ou subir menos.

Por outro lado, quando a inflação está baixa ou negativa (deflação), o Fed pode reduzir a taxa de juros, tornando o crédito mais barato e estimulando a demanda por bens e serviços. Com mais consumo, os preços tendem a subir ou cair menos.

Planos para o combate ao desemprego

Outra meta do Fed é promover o máximo emprego possível, ou seja, evitar que o desemprego fique muito alto e afete negativamente o bem-estar social.

O desemprego é a situação em que as pessoas que estão aptas e dispostas a trabalhar não conseguem encontrar uma ocupação remunerada. Quando o desemprego está alto, há menos renda circulando na economia e menos consumo.

Para combater o desemprego, o Fed pode reduzir a taxa de juros, tornando o crédito mais barato e estimulando os investimentos produtivos das empresas. Com mais investimentos, há mais geração de empregos e renda.

Por outro lado, quando o desemprego está baixo ou próximo do nível natural (que leva em conta as características estruturais da economia), o Fed pode aumentar a taxa de juros, tornando o crédito mais caro e freando os investimentos produtivos das empresas. Com menos investimentos, há menos geração de empregos e renda.

Portanto, há uma relação inversa entre a taxa de juros e os níveis de inflação e desemprego na economia americana.

Quando a taxa de juros sobe, a inflação tende a cair ou subir menos e o desemprego tende a subir ou cair menos. Quando a taxa de juros cai, a inflação tende a subir ou cair menos e o desemprego tende a cair ou subir menos.

Relação entre inflação e desemprego

O desafio do Fed é encontrar um equilíbrio entre essas duas metas conflitantes: manter uma inflação baixa sem gerar um desemprego alto demais ou vice-versa. Para isso, o Fed utiliza diversos indicadores econômicos para monitorar as condições da economia e ajustar sua política monetária conforme necessário.

A inflação nos Estados Unidos tem sido um dos temas mais discutidos no cenário econômico mundial nos últimos meses. Em janeiro de 2023, o índice de preços ao consumidor (CPI) do país registrou uma alta de 8,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, o maior nível desde 1982.

Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos preços da energia, dos alimentos e dos automóveis, que refletem os desequilíbrios entre a oferta e a demanda causados pela pandemia de covid-19 e pela recuperação desigual da economia global.

O aumento da inflação tem gerado preocupações sobre os possíveis impactos negativos sobre o crescimento econômico, o poder de compra dos consumidores e a estabilidade financeira.

Além disso, tem colocado pressão sobre o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, para que ele adote medidas mais duras para conter a alta dos preços e evitar um cenário de hiperinflação.

Inflação e o desemprego nos EUA

Uma das principais ferramentas do Fed para controlar a inflação é a taxa básica de juros, que influencia os custos de empréstimos e as expectativas dos agentes econômicos. Desde março de 2020, o Fed manteve a taxa próxima de zero para estimular a economia diante da crise provocada pela pandemia.

No entanto, diante do aumento persistente da inflação e da melhora do mercado de trabalho, o Fed iniciou um ciclo de aperto monetário em setembro de 2022, elevando a taxa em 0,75 ponto percentual. Desde então, o Fed já realizou mais três aumentos consecutivos da taxa, que atualmente está em 3%.

O objetivo do Fed é reduzir a inflação para a meta de 2% ao ano no médio prazo. Para isso, ele espera elevar a taxa até 4,5% até o final deste ano e mantê-la nesse patamar até 2024. Essa política monetária mais restritiva tende a desacelerar a atividade econômica ao encarecer o crédito e reduzir os investimentos e os gastos das famílias e das empresas.

Um dos principais indicadores do impacto da política monetária sobre a economia é o nível de desemprego. O desemprego é uma medida da parcela da população economicamente ativa que está à procura de trabalho, mas não consegue encontrar uma ocupação remunerada.

O desemprego afeta negativamente o bem-estar social ao gerar perda de renda, pobreza e exclusão.

Nos Estados Unidos, o desemprego atingiu um pico histórico de 14,8% em abril de 2020 por causa das medidas restritivas adotadas para conter a disseminação do coronavírus.

Desde então, o desemprego vem caindo gradualmente à medida que as vacinas avançam e as atividades econômicas são retomadas. Em janeiro deste ano,

o desemprego estava em 3,4%, o menor nível desde julho de 1969.

No entanto, essa situação pode mudar nos próximos meses se o Fed continuar elevando os juros para combater a inflação.

Segundo as projeções do próprio Fed, o desemprego deve subir para 4% em março deste ano e permanecer nesse patamar até 2024. Isso significa que cerca de 1 milhão de pessoas devem perder seus empregos ou deixar de procurar trabalho por causa das condições adversas do mercado.

Essa perspectiva pode gerar insatisfação social e pressão política sobre o Fed para que ele interrompa ou suavize seu ciclo de aperto monetário.

No entanto, o Fed tem afirmado que seu compromisso com a estabilidade dos preços é “incondicional” e que não vai ceder às pressões externas.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que reduzir a inflação continua sendo a principal prioridade do governo Biden.

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